2007-06-06

Em tom de despedida...

Ao longo deste semestre, nesta unidade curricular, pudemos aprender um pouco mais sobre técnicas e formas de animação socioeducativa, podendo assim, também ter uma noção mais real da quantidade e diversidade de trabalhos que podem ser desenvolvidos nesta área, desde actividades para crianças até actividades para idosos.
Com a realização do nosso projecto "LER E FALAR DIGITAL", foi-nos possível imaginar e planificar todo um conjunto de actividades que vão no sentido da animação socioeducativa, permitindo-nos assim um maior contacto com este tipo de trabalho.
Fazemos deste modo, um balanço positivo desta unidade curricular e dos trabalhos realizados por nós e pelos restantes grupos da turma,pois sem dúvida irão contribuir para uma melhor preparação e um melhor desempenho da nossa actividade profissional quando tivermos de executar actividades de animação socioeducativa, pois tal como o nome do nosso blog indica, é preciso animar para educar.

2007-05-24

Actividades do Projecto " LER E FALAR DIGITAL"

- Tertúlia entitulada "A minha identidade digital"

-Workshops:
"Noções básicas de informática"
"Microsoft Office"
"Navegando na internet"
"Comunicação em ambiente Virtual"

- Construção de uma história alusiva à utilização das TIC e posterior teatralização da mesma

- Criação de um blog:
-Informação pessoal
-Caracteristicas Culturais
-Interesses
-Espaço de debate

- Realização de uma feira digital:
-Vídeos
-Powerpoints
-Documentos word
-Blogs
-Sites de interesse do público-alvo


Estas actividades serão desenvolvidas durante o ano lectivo de 2007/08.

2007-05-10

Metodologia do Projecto "FALAR E LER DIGITAL"

Seguindo a metodologia de projecto de Isabel Guerra (2002), torna-se necessário planear o trabalho no sentido de tomar o melhor partido dos conhecimentos e dos recursos disponíveis, intervindo nas causas dos problemas e não apenas nas suas manifestações, segundo um processo permanente e contínuo.
Assim sendo, numa primeira fase da construção do projecto, analisámos o contexto em que este se iria implementar, identificando os problemas mais relevantes relacionados com os jovens do bairro social das Enguardas. Partindo desta identificação, fizemos uma análise das necessidades de intervenção que nos no levou ao conhecimento das oportunidades de acção.
A metodologia subjacente ao desenvolvimento das actividades do projecto assenta na animação sociocultural e animação sócio-educativa, pois parece-nos ser esta a mais adequada para aproximar os criadores do projecto do público, incentivando a compreensão e descodificação das linguagens digitais e desenvolvendo o sentido crítico.Sendo o público-alvo do projecto, jovens com características específicas, todas as actividades serão realizadas com base nas mesmas, tendo em conta o seu contexto sociocultural.
Este projecto está em permanente construção. Consoante a sua pertinência e valor pedagógico, outras iniciativas culturais e sociais poderão ser inseridas ao longo de 2007.


GUERRA, Isabel Carvalho (2002). Fundamentos e Processos de uma Sociologia de Acção. Cascais: PRINCIPIA, Publicações Universitárias, Lda.

Objectivos do Projecto "FALAR E LER DIGITAL"

- Promover a identidade digital dos jovens do Bairro social das Enguardas

- Promover as literacias digitais dos jovens do Bairro social das Enguardas

- Combater o analfabetismo digital dos jovens do Bairro social das Eguardas

- Realizar actividades de animação numa perspectiva sócio-educativa e sociocultural.

2007-05-03

Projecto "FALAR E LER DIGITAL"


Descrição do Projecto "FALAR E LER DIGITAL"

O projecto "FALAR E LER DIGITAL" surgiu no âmbito da unidade curricular de Animação Socioeducativa e Intervenção Comunitária, numa perspectiva educativa da promoção de literacias digitais.
Está subjacente a esta estratégia sócio-educativa, a realização de actividades que promovam a identidade digital dos jovens do Bairro social das Enguardas, bem como a promoção das literacias digitais dos mesmos.
A escolha do tema deste projecto deve-se ao facto de nos encontrarmos a estagiar na Associação Contos do Baú, associação essa que tem por principal objectivo a promoção das literacias. Assim sendo, e pelo facto de já conhecermos a população alvo da associação - habitantes do bairro social das Enguardas - e as suas necessidades, optamos por criar um projecto de animação direccionado para esta mesma população. Conhecendo nós a análise de necessidades já efectuada pela associação, tendo detectado nela a falta de literacias por parte desta população e uma vez que cada vez mais existe um analfabetismo funcional, decidimos criar um projecto que combatesse a falta de literacias ao nível digital dos jovens desta população.
O projecto consiste em realizar um conjunto de actividades articuladas em rede, em vários domínios da promoção de Literacias Digitais.

A Literacia Digital . . .


As novas tecnologias de informação e comunicação (TIC), devido à extraordinária evolução do conhecimento científico, que as próprias tecnologias também condicionam, têm sido, nas últimas décadas infra-estruturantes de: novas formas de organização do trabalho (teletrabalho, trabalho móvel, trabalho misto entre acções presenciais e adistância), produção e de consumo (e-business e o e-commerce); novas relações com a informação, o saber e o conhecimento, fazendo aflorar o e-learning (ensino adistância) e o b-learning (ensino misto, presencial e a distância); novas formas de comunicação social, de lazer e de entretenimento, fazendo emergir o e-entertainment e o edutainment (a mistura da educação com o lazer); novas formas pró-activas de participação e de exercício da cidadania; alargamento de relacionamentos multiculturais. Mais do que apenas meios ou ferramentas neutrais, as TIC são tecnologias tanto cognitivas como sociais (Ponte 2001), que, através de um computador ligado à rede, deixam ao alcance de todos espaços e tempos ilimitados, com tudo o que de mais positivo ou negativo esta circunstância acarreta.


Ponte, J.P. da (2001) “Tecnologias de informação e comunicação na educação e na formação de professores: Que desafios para a comunidade educativa?” in A. Estrela e J. Ferreira (Eds.), Tecnologias emeducação: Estudos e investigações (Actas do X Colóquio da AFIRSE, pp. 89-108), Lisboa, Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/artigos_pt.htm

2007-04-19

Democracia Cultural . . .


A cultura está associada à mudança, tanto ao nível dos processos como da dimensão dos actores sociais e das suas acções sustentadas por projectos. Facilmente se esquece a distinção entre a acção dos actores sociais e a difusão cultural e ainda se apresenta a primeira como alternativa à segunda.
Uma coisa é tornar os indivíduos e as comunidades meros receptores de cultura - e aí estamos a referir-nos unicamente à difusão cultural, que certos políticos no seu discurso, e por qualquer razão não explícita, gostam tanto de confundir - e outra é pretender tornar os indivíduos, os grupos e/ou as comunidades agentes activos do próprio desenvolvimento local.
A cultura é muitas vezes considerada como algo que está estabelecido e que, por isso, se tem que levar às populações, numa razão de superioridade. Assim sendo, para além da democratização cultural (elevar o nível cultural dos indivíduos), é preciso criar uma democracia cultural, até porque nenhum individuo é desprovido de cultura, o que existem são várias formas culturais grupais, locais, regionais, etc..
No conceito de democratização da cultura, a cultura é um património que se deve conservar e difundir, mas cuja produção está nos sectores socialmente maioritários. Democratiza-se o consumo cultural, mas a criação artística continua “elitista”. Para podermos falar em democracia cultural tem que existir uma ampliação da esfera cultural aos seus beneficiários, ou melhor, as acções culturais só poderão ter sentido dentro da perspectiva “de fazer de cada um não somente mais um beneficiário da cultura adquirida, mas sobretudo considerá-la como um movimento” (Jean e Inberg, apud Jaume Trilla, 1998).
Falar em desenvolvimento cultural e em democracia é também falar da dimensão social, no desenvolvimento comunitário, na transformação social, na exclusão social, reconstruir a consciência colectiva e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades.
Colocar o desenvolvimento cultural numa base democrática é dar voz aos aspectos pessoais e educativos - potenciando a autonomia pessoal, a emancipação, possibilitando a formação permanente -, é desenvolver o espírito crítico, é facilitar a iniciativa pessoal e ajudar os indivíduos a expressar os seus valores e as suas necessidades.

2007-04-13

Democratização Cultural . . .


A Democratização cultural pretende difundir os benefícios da cultura entre a população a partir de instituições culturais. A sua prática consiste em proporcionar conhecimentos culturais a todos os indivíduos, procurando assim, fechar o enorme poço cultural que produz a desigualdade de posse e acesso aos bens culturais e corrigir os desajustes sociais dentro do sistema social que produz essas mesmas desigualdades.
Infelizmente o acesso á cultura é muitas vezes reservado aos grupos sociais de estatuto económico e cultural mais elevado, estando na maioria das vezes vetado a grupos sociais com menos posses ou com menos conhecimento de causa.
A animação Sociocultural surge assim, principalmente, como reacção ao carácter elitista da cultura, tendo em vista promover a democratização da cultura através da Animação local (Dumazdier, 1973). É urgente que sejam criadas condições para todos os indivíduos, independentemente da sua classe social, poderem ter acesso e conhecimento dos bens culturais existentes. O mercado cultural precisa de ser incrementado de maneira a não ser dirigido apenas a uma classe elitista, precisa de criar preços acessíveis a todos os indivíduos, mais propriamente precisa de aumentar a oferta. No entanto, também é urgente que se faça a difusão desses acontecimentos culturais junto das populações que na maior parte das vezes não tem conhecimento dos mesmos, ou simplesmente não reconhecem o tipo de publicitação que é feita para tais acontecimentos. A animação Sociocultural surge como um utensílio fundamental para que esta publicitação seja feita correctamente e de acordo com o público que pretende atingir, motivando-o assim para algo que de outra maneira nunca se interessariam.

É urgente promover a Democratização Cultural!!!

Educação ? ? ?


2007-03-29

O conceito de Animação Sociocultural . . .


A Animação Sociocultural é um conceito multimensional e por isso mesmo, de não fácil definição e conceptualização. Podemos simplificar o conceito, centrando a nossa reflexão nos fins: promoção de mudanças, de processos de desenvolvimento, em grupos e/ou comunidades). Podemos, também, procurar conceptualizar a Animação Sociocultural a partir da explicitação dos seus princípios e modelos de natureza metodológica: implicação activa dos públicos com quem se trabalha na construção, implementação e avaliação de projectos coerentes de actuação suportados num adequado diagnóstico social da realidade; promoção de processos de autonomia e de desenvolvimento sustentado nos grupos e comunidades com quem se trabalha; abordagem sistémica, multidisciplinar e integrada da realidade social e cultural; etc. Ainda assim, a diversidade de âmbitos, de contextos e públicos da Animação Sociocultural e a variedade de instrumentos a que pode recorrer e de actividades concertas em que se traduz, tornam difícil a tarefa de definir com facilidade.
No entanto, podemos defini-la de uma forma geral, citando Rui Canário, “a animação é o eixo estruturador de uma intervenção educativa globalizada que apela a diferentes tipos de articulação: a articulação entre modalidades educativas formais e não formais; a articulação entre actividades escolares e não escolares; a articulação entre educação das crianças e dos adultos” (Canário, 2000a: 136).
Podemos concluir que através de uma intervenção educativa globalizada e participada, a animação desempenha um papel importante na elevação da auto-estima colectiva relativamente a um território e à sua história e património cultural e ambiental e na criação de uma vontade colectiva de mudança.

A crise da Educação Escolar . . .


A situação da educação escolar já há muitos anos que se avizinha «negra» e sem soluções eficazes para a resolução dos seus problemas.
Os alunos estão sujeitos a currículos extensos e repetitivos, dados de forma demasiado rápida e superficial. Os professores, já habituados a esta rotina, não dão a possibilidade de aprofundar um ou outro tema que mais interesse os alunos, nem são capazes de atender às necessidades específicas de cada aluno. A escola passa assim a ser um local de desigualdades e de conflitos, uma vez que alguns se adaptarão melhor do que outros.
Nos últimos anos o governo Português tem tentado combater este insucesso da escola, ao tentar incluir a educação não-formal na educação formal, ou seja, tentando institucionalizar o que não está institucionalizado. No entanto, tais medidas têm se revelado infrutíferas. Não será então o momento de romper de vez com as instituições educativas seguindo o pensamento de Ivan Illich. Segundo ele as actuais instituições deveriam desaparecer e, em seu lugar, ser criados órgãos que estivessem radicalmente ao serviço de cada indivíduo.
O que é curioso é que, apesar de as teses de Illich relativamente ao sistema educativo poderem ser consideradas radicais ou pouco realistas, muitas delas encontram-se hoje parcialmente concretizadas, pelo que é de reconhecer neste autor um certo carácter visionário. Com efeito, a Internet, de uso cada vez mais frequente é tida como indispensável nos dias de hoje, assemelha-se em muitos aspectos às redes de informação e comunicação propostas por Illich.
De igual modo, o recente reconhecimento da importância das escolas profissionais e politécnicas e a valorização dos cursos profissionalizantes, vêm de encontro ao ensino de carácter mais prático e profissionalizante defendido por Illich. Mesmo assim, a nossa sociedade contínua, de uma forma geral, assente na instituição Escola que, de algum modo, alicerça a estrutura e a estabilidade económica e social do mundo actual. Esta escolarização profunda situa-nos longe do grito de libertação preconizado por Illich. Apesar de tudo, cada vez mais existe uma revalorização da educação não-formal e informal, algo que não é apenas justificado pela crise da instituição escolar. No entanto, impulsionou de certa maneira o aparecimento de alternativas educacionais mais flexíveis e mais eficazes no que toca à satisfação das necessidades dos indivíduos, sendo que estas novas alternativas podem mesmo vir a aprofundar essa dita crise da instituição escolar.

2007-03-22

Educação Formal, Não-Formal e Informal


Diferentes formas de ensino são classificadas na literatura como: educação formal, educação não-formal e educação informal.

A educação formal pode ser resumida como aquela que está presente no ensino escolar institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado, e a informal como aquela na qual qualquer pessoa adquire e acumula conhecimentos, através de experiência diária em casa, no trabalho e no lazer.

A educação não-formal, porém, define-se como qualquer tentativa educacional organizada e sistemática que, normalmente, se realiza fora dos quadros do sistema formal de ensino.
A educação formal tem objectivos claros e específicos e é representada principalmente pelas escolas e universidades. Ela depende de uma directriz educacional centralizada como o currículo, com estruturas hierárquicas e burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores dos ministérios da educação.

A educação não-formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Os programas de educação não-formal não precisam necessariamente seguir um sistema sequencial e hierárquico de “progressão”. Podem ter duração variável, e podem, ou não, conceder certificados de aprendizagem.

2007-03-15

A emergência da Animação Sociocultural


Ao analisarmos a origem e a evolução da animação sociocultural podemos afirmar que a animação enquanto processo difuso sempre existiu, pois está associada à existência humana, e que a animação como método de intervenção ligado às dimensões cultural, social e educativa teve origem na década de 60 do séc. XX, e é proveniente dos países francófonos.
A animação sociocultural surge assim como uma tentativa de resposta ao aumento do tempo livre e à consequente preocupação em ocupá-lo de maneira criativa, e ainda de dar resposta às situações de marginalidade e exclusão social. Os primeiros programas de animação dão atenção ás consequências que derivam da desconstrucção da vida social e um dos objectivos consistia em facilitar as relações interpessoais e a comunicação. Surgiu também como uma forma sócio-pedagógica de intervenção destinada a ocupar criativamente o tempo livre onde se procura que o tempo seja de participação e realização social, um modo de fortalecer a iniciativa da sociedade civil e contribuir para o crescimento social. Aparece também como uma técnica sócio-pedagógica adequada para à promoção da vida associativa.
A animação tem ainda a preocupação com a educação popular, e enquanto prática pedagógica foi adquirindo as seguintes características: ser parasistemática, ter carácter promocional e reivindicativo, compreender os fenómenos socioculturais e que o educando seja activo. É assim, uma forma de intervenção sócio-pedagógica de promoção cultural ou de acção social que procura que as pessoas se situem como agentes activos da sua formação.

Sejam bem-vindos . . .


Sejam bem-vindos ao nosso blog!
Ao longo deste blog iremos postar diversas informações e opiniões sobre a animação socioeducativa e intervenção comunitária. Esperamos que gostem e que respondam às nossas postagens de maneira a enriquecê-las.
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